No começo de Roma, logo após a sua fundação, havia uma inteira democracia, todos os homens eram tratados com igualdade.
Todavia, as coisas começaram a mudar de rumo, houve uma decadência moral. Soldados que voltavam das constantes operações militares, traziam prisioneiros de todos os recantos do Mediterrâneo e escravizados por Roma com trabalhos forçados nas minas e nas enormes propriedades agrícolas. Igualmente crescia no povo romano o gosto pelos espetáculos sanguinários, de repugnante crueldade, isto é, combate de gladiadores.
A multidão lotava os anfiteatros na ânsia de assistir cenas de brutalidade e gritavam com os polegares para baixo num sinal de morte para o perdedor. Havia também lutas entre gladiadores e feras. Tais espetáculos, que custavam uma boa soma em dinheiro (o Sestércio, moeda da antiga Roma), instigaram torpes negociantes a investir no perverso comércio de seres humanos. Eles saíam à cata de escravos para transformá-los em gladiadores, que depois eram vendidos para os nobres escravocratas de Roma. Lentulus Batiatus era um desses astutos traficantes de escravos que possuía uma escola de gladiadores na cidade de Cápua, sul da Itália. Suas "mercadorias", como se fossem gado, eram marcadas a ferro quente, depois recebiam um tratamento especial com banho de óleo, barbeados, massageados e confinados em celas individuais, com o direito a visitas de escravas para encontros íntimos. Mas, durante os treinos no pátio da escola, onde os cativos praticavam exercícios físicos e lutas em pares, eram habitualmente tratados com extrema grosseria pelos mal-encarados feitores de Batiatus, e no refeitório não podiam conversar entre si.
Depois de devidamente treinados, prontos para combates de vida ou morte nas arenas de Roma, Batiatus aguardava os compradores. No batalhão de escravos da escola de Cápua, estava Espártacos (?-71 a.C.), da antiga província grega de Trácia (atualmente dividida entre a Grécia, a Turquia e a Bulgária), que ganhara a simpatia de seus companheiros.
Acontece um motim no refeitório seguido de muita luta, morte, destruição e uma fuga espetacular. Livres, eles formam um numeroso exército liderado pelo trácio Espártacos, que marcha para Roma. Inicia-se uma guerra entre patrícios e plebeus.
A rebelião de Espártacos, sua luta contra a nobreza romana pela liberdade, num drama emocionante de amor e compromisso, estão na formidável superprodução da Universal, intitulada Spartacus-1960, dirigida por Stanley Kubrick, acompanhada pela envolvente trilha sonora composta e conduzida por Alex North. O filme reune um elenco de gigantes: Kirk Douglas (Spartacus), Peter Ustinov (Lentulus Batiatus), Jean Simmons (a escrava Varinia), John Ireland (Crixus), Woody Strody (o etíope Draba), Tony Curtis (o mágico e aedo Antoninus), John Gavin (Julius Caesar), Laurence Olivier (Marcus Licinius Crassus), Charles Laughton (Sempronius Gracchus), Nina Foch (Helena Glabrus), John Dall (Marcus Publius Glabrus), Herbert Lom (Tigranes Levantus), Charles Mcgraw (Marcellus), além de um grande número de figurantes. O excelente roteiro é de Dalton Trumbo.
No início das filmagens, Spartacus estava sob a direção de Anthony Mann, mais houve uma desavença entre Mann e Kirk Douglas, e Mann foi afastado.Na montagem final do filme, ficaram algumas cenas de Anthony Mann, como as das minas dos escravos, logo no começo da narrativa.
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