Durante dez anos, lutaram os gregos contra a cidade de Tróia. Por fim o herói Ulisses, rei de Ítaca, protegido por Atenea, a deusa da sabedoria, nascida da cabeça de Zeus, o soberano do Olimpo, valeu-se de um ótimo estratagema, um cavalo de madeira com soldados em seu interior, que levou os gregos à vitória. Foi um "presente de grego" de que até hoje se costuma falar.
Trata-se de uma magnífica ação heroica da Ilíada, contada pelo grande aedo Homero, que entrou para as páginas do cinema nas produções Helen of Troy-Helena de Tróia-1955, de Robert Wise e Troy-Tróia -2004, de Wolfgang Petersen. (Ver a epopeia da Ilíada, em nosso livro Ecos da história revividos pelo cinema - A Sétima Arte no rastro da história, publicado pela Ophicina de Arte Prosa).
A Odisseia, outra epopeia de Homero, veio depois da Ilíada.
O astuto e inteligente Ulisses, figura central da Odisseia, partiu de Ítaca, sua terra natal, para combater contra os troianos, deixando para trás a fiel esposa Penélope e o filho recém-nascido Telêmaco. Após a tomada de Troia, ele seguiu o seu caminho rumo ao alto-mar na viagem de regresso a Ítaca com um grupo de companheiros.
Aconteceu porém, que Ulisses perdeu a rota de retorno ao lar e ficou à deriva. Éolo, o deus dos ventos, soprava forte, e a embarcação é conduzida para um lugar perigoso, a terra dos Ciclopes, criaturas gigantescas com um só olho no meio da testa, que viviam do fruto da terra, do produto de seus rebanhos e sobretudo de carne humana. O mais famoso dos Ciclopes era Polifemo, filho de Netuno, o senhor dos oceanos. Ulisses e seus companheiros são encerrados por Polifemo numa caverna existente no monte Étna onde vivia o gigante. Polifemo chegou a comer um dos camaradas. Ulisses oferece vinho ao Ciclope, que começa a beber sem parar. Depois de ingerir grande quantidade do delicioso líquido, Polifemo cai nos braços do Morpheu, o deus do sono; momento em que os cativos preparam um grande tronco de madeira com a ponta ardendo em brasa. Juntos, aproximam-se do gigante adormecido e vazam o seu olho. Urros de dor ecoam no interior da caverna. Os prisioneiros conseguem escapar das garras do antropófago.
Na caverna, ainda ecoam os bramidos do filho de Netuno.
Passado o perigo, Ulisses se defronta com outras fantásticas aventuras: escapou das sereias, estranhas criaturas que atraíam os navegantes para um mundo desconhecido; foi conduzido pelos ventos para a ilha de Circe, onde permaneceu um ano. Circe, a deusa feiticeira, chegou a transformar seus companheiros em porcos. A pedido de Ulisses, ela os restituiu à forma humana; livrou-se dos encantos de Circe e teve uma briga feia com Cila, o monstro marinho; naufragou a sua embarcação em meio a uma forte tempestade, sendo salvo pela sua deusa protetora, e foi o único sobrevivente que alcançou a Ilha de Ogygia, da deusa Calipso, de admirável beleza, e lá ficou durante sete anos. Calipso tudo fez para que ele esquecesse Ítaca e Penélope, mas não conseguiu.
Enquanto isso, em Ítaca, a fiel Penélope aguardava com paciência a chegada do seu amado Ulisses, e resistia relutantemente as investidas dos que pretendiam conquistá-la, cada um com características pessoais próprias, todos sob um denominador comum: sórdidos e ridículos. Ela escolheria um dos pretendentes quando terminasse de tecer um tapete. Utilizou-se de um ardil, tecia durante o dia e de noite desfazia para ganhar tempo.
CONTINUAREMOS COM A ODISSEIA NA PRÓXIMA PÁGINA.
Fotos acima:
Rossana Podesta, que também interpretou Helena, a personagem central da Ilíada, em Helen of Troy e Silvana Mangano.
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