UM HERÓI POR EXCELÊNCIA












O britânico Ian Lancaster Fleming (1908-1964), exerceu a profissão de jornalista e trabalhou no setor de informação durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Encerrada a Guerra, Fleming deixa a Inglaterra e fixa residência na Jamaica.
Valendo-se de sua experiência no campo do jornalismo, Fleming passou a escrever histórias de ficção sobre espionagem. Em suas histórias de agente secreto, o jornalista e escritor criou o personagem James Bond com o código 007, cujo duplo zero no código indica que o agente possui licença para matar.
Seus livros alcançaram grande sucesso de vendas no Reino Unido e nos Estados Unidos. Os produtores cinematográficos Harry Saltzman e Albert R. Broccoli, da Eon Productions, adquiriram os direitos sobre toda a obra  de Ian Fleming.
Nos primeiros anos da década de 1960, as histórias de Fleming ganharam as telas do cinema, e o agente secreto 007 correu o mundo no filme Dr. No-O Satânico Dr. No-1962, o primeiro filme da série Bond, sob a direção  de Terence Young, realizado pelos estúdios da United Artists, hoje uma companhia da MGM. Filmado em Kingston, na Jamaica, O Satânico Dr. No foi um tremendo sucesso de bilheteria e conquistou uma legião de admiradores.
Fleming descreve o seu personagem como um agente na casa dos 30 anos, perspicaz, vigoroso, sedutor, bom  atirador e especialista em artes marciais, bem como em jogos de cartas e em bebidas, sua preferida é a vodca-martini batida, não mexida.
Na sede da Universal Exports, em Londres, funciona a MI6, seção de segurança que cuida de espionagem internacional a serviço do Governo de Sua Majestade. É na MI6 que o agente Bond recebe ordens do seu superior Mr. M, chefe do Serviço de Inteligência Britânica, que tem como assistente a charmosa secretária Moneypenny.
Em cada missão para enfrentar os mais terríveis inimigos, Bond tem à sua disposição carros futuristas munidos com incríveis artefatos de segurança  e ainda acessórios dos mais variados como cigarros que transformam em armas, canetas que explodem, anel com câmera fotográfica,  relógios de pulso que sempre escondem algo de interessante e, além de outros inventos mirabolantes produzidos por "Q", uma espécie de "professor pardal",  Bond carrega no coldre uma pistola automática Walther PPK 7.65mm.
Voltando ao filme Dr. No, James Bond é designado  por M para investigar estranhas ocorrências na Jamaica e descobre  que o responsável por trás de tudo é um diabólico cientista chinês de nome Julius No, com base na pequena ilha caribenha de Crab Key, membro da S.P.E.C.T.R.E. (Special Executive  Counterintelligence,
Terrorism, Revenge and Extortion), uma organização criminosa, com ramificações em vários países, que atua no ramo do terrorismo, da retaliação e da extorsão, dirigida pelas maiores mentes criminosas do planeta. O plano do Dr. No é de dar um forte golpe  no programa espacial dos Estados Unidos.
O Satânico Dr. No traz no elenco Sean Connery (James Bond), Jack Lord (Felix Leiter), Joseph Wiseman (Dr. No), Ursula Andress (Honey Ryder), Zena Marshall (Miss Taro), Eunice Gayson (Sylvia Trench), Bernard Lee (M), Lois Maxwell (Moneypenny), Anthony Dawson (Professor Dent) e John Kitzmiller (Quarrel).
 James Bond continua com a sua jornada no segundo filme da série, From Russia With Love-Moscou Contra 007-1963, o maior êxito do público, segundo a imprensa especializada.
Bond parte para Istambul portando uma maleta preta, bem equipada com armas e alguma coisa a mais para surpreender o inimigo que tentar abri-la, uma genial invenção de "Q". Sua missão é de obter a máquina descodificadora Lektor, criada pelos soviéticos, que se encontra bem guardada  na Seção de Segurança do Consulado Russo, na Turquia.
Em Istambul, Bond anda às voltas com profissionais do crime, sob as ordens do chefão, o cérebro da SPECTRE, Ernst Stavro Blofeld, que não mostra o rosto e sempre com um gatinho branco no colo, dando ordens aos seus subordinados que tremiam só de ouvir sua voz. Cabe aqui abrir um parêntese: (ao longo da série Bond, Blofeld mostra o rosto nos filmes: You Only Live Twice-1967, de Lewis Gilbert, On Her Majesty's Secret Service-1969, de Peter Hunt e Diamonds Are Forever-1971, de Guy Hamilton, em que o vilão é interpretado pelos atores Donald Pleasence, Telly Savalas e Charles Gray, repectivamente).
Da mesma forma, Blofeld pretende por as mãos na máquina de códigos Lektor e ainda eliminar seu inimigo James Bond, para se vingar pela morte de Dr. No. Sob a magistral direção de Terence Young, a fita se desenrola com lances de muita ação para o delírio dos fãs do herói.
No elenco, Sean Connery (James Bond), Daniela Bianchi (Tatiana Romanova), Pedro Armendariz (Ali Kerim Bey), Lotte Lenya (Rosa Klebb), Robert Shaw (Red Grant), Bernard Lee (M), Desmond Llewelyn (Q), Lois Maxwell (Moneypenny), Eunice Gayson (Sylvia Trench), Vladek Shebal (Kronsteen) e Fred Haggerty (Krilenku). O fim da SPECTRE é marcado com a morte do gênio do mal Blofeld, no prólogo, antes dos créditos do filme For Your Eyes Only-Somente Para os Seus Olhos-1981, de John Glen, com Roger Moore. Como curiosidade, em Moscou Contra 007, o escritor Ian Fleming aparece rapidamente no trem, nas cenas da viagem ferroviária pelo Orient Express.
No sexto filme da série, o ator escocês Sean Connery desiste de fazer o papel do agente, e é substituido pelo australiano George Lazenby; o filme em questão é On Her Majesty's Secret Service-A Serviço Secreto de Sua Majestade, em que Bond se casa com a bela e sedutora Condessa Tracy/ Tereza Di Vicenzo, interpretada por Diana Rigg. Nas cenas finais do filme a sra. Bond é assassinada por Blofeld, logo após a cerimônia de casamento. Embora o filme apresenta uma boa história, é o único em que o ator George Lazenby aparece como o agente 007, pelo fato de ele não ter desempenhado bem o papel do personagem. Igualmente, para o grande público do cinema, o australiano foi o James Bond que não deu certo.
Sean Connery retorna em Diamonds Are Forever- Os Diamantes São Eternos, e em seguida vem a estréia do inglês Roger Moore em Live And Let Die-Viva e Deixe Morrer-1973, de Guy Hamilton.
 As sensacionais aventuras de James Bond que chegaram às telas em plena guerra fria, registram o nascimento do herói no cinema, que completou 50 anos no dia 17 de janeiro de 2012. Os filmes de Bond levam os espectadores a uma viagem ao redor do mundo, acompanhados de lindas mulheres  (Bond Girls), e ainda sentir o prazer de ouvir belas trilhas sonoras, a começar pelo tema principal de James Bond, com música de John Barry, e outras composições musicais que fizeram sucesso mundial, nas vozes de Matt Munro, Tom Jones, Louis Armstrong, Nancy Sinatra, Shirley Bassey, Paul McCartney, o grupo Duran Duran, Tina Turner, Madonna dentre outros.
Nos 23 filmes da série, o agente 007 é interpretado pelos  seguintes atores:
Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore (que viveu o personagem por mais tempo, em sete filmes), Timothy Dalton, Pearce Brosnan e o recente James Bond na pele do ator  Daniel Craig, que já atuou em dois filmes, Cassino Royale-2007, de Martin Campbell e Quantum of Solace-2008, de Marc Foster.
Enfim, há de se destacar a imaginação criativa no que diz respeito às inovações nos créditos de abertura, feitas pelo brilhante designer Maurice Binder, que passou a ser marca registrada nos filmes do famoso agente 007.
Acima: Sean Connery, Roger Moore e Lois Maxwell (Moneypenny).
A atriz canadense Lois Maxwell faleceu em 27 de setembro de 2007, aos 80 anos. Sua última atuação foi em  A View To a Kill- 007 Na Mira dos Assassinos-1985, de John Glen, com Roger Moore.
NOS BASTIDORES DE 007
O ator americano Cary Grant foi a primeira escolha do diretor Terence Young para o papel de 007, mas ele recusou. James Mason e Rex Harrison também recusaram.
Sean Connery foi escolhido, mas ele achava que não daria certo pelo seu sotaque escocês.  Connery protagonizou James Bond em seis filmes pela EON Productions.
Adam West, o Batman da série de TV dos anos 60 foi convidado para substituir Connery em  On Her Majesty's  Secret Service, mas ele não aceitou.
A rainha Elizabeth II, fã dos livros e filmes de 007, agraciou Ian Fleming, Sean Connery e Roger Moore com o título de Sir.

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