MAIS UM POUCO DO PASSADO DO FAR WEST- AS NAÇÕES INDÍGENAS


Os índios da América do Norte, povo autóctone, legítimos americanos, hoje reduzidos a uma minoria, viviam sossegadamente do trabalho artesanal e usufruíam dos benefícios fornecidos pela natureza: a caça de animais selvagens, a pesca e a cultura do milho. Respeitavam a Manitu, o Grande Espírito, divindade suprema Celestial.
Nômades, que abrigavam-se em aldeias aglomeradas em tepees, ou seja, tendas cônicas cobertas com couro curtido e pintadas com desenhos de variadas cores.
Os peles-vermelhas, assim chamados por terem a pele bronzeada, haja vista que estavam sempre expostos ao escaldante sol das Grandes Planícies. Exímios cavaleiros, dividiam-se em tribos e mantinham seus domínios em regiões férteis e de caça abundante.
No Estado de Montana, viviam as tribos dos Arapahoes e dos Pés Pretos (Blackfeet); no Novo México, os Mescaleros; no Arizona, os Apaches Chiricahuas e os Navajos; no Oklahoma, os Chocktaws e os Kiowas; os Comanches e os Cheyennes no Wyoming e Dakota do Sul; no Minnesota, os Sioux e os Chipawas; no Kentucky, os Cherokees; no Nebraska, os Pawnees; nos bosques e pântanos da Flórida, os Seminoles etc.



Nos anais da história do Oeste bravio, ecoam os nomes dos mais famosos chefes tribais, orgulhosos de sua raça e magnânimos na postura e na palavra: Cochise, Geronimo, Vittorio, Pontiac, Sitting Bull (Touro Sentado), Crazy Horse (Cavalo Louco) Red Cloud (Nuvem Vermelha), Little Crow (Corvo Pequeno), Lobo Solitário dentre outros. 



Terminada a Guerra Civil Americana (Guerra de Secessão), outra guerra começava, envolvendo peles-vermelhas e homens brancos. Ávidos pela riqueza, os intrusos caras-pálidas chegavam aos territórios indígenas tomando posse de seus domínios, promovendo matanças de búfalos dos quais os índios dependiam para alimentação, bem como para fabricação de suas vestimentas e tendas. 

Em um tratado em Washington, do até então Presidente Ulysses Simpson Grant, as comunidades indígenas, representadas pelo grande chefe Touro Sentado, recebem o direito de posse das reservas de caça, mas esse tratado era constantemente violado.
Igualmente ocorreu a invasão de linhas de telégrafo, de mineiros sedentos pelo ouro e de caminhos de ferro que passavam por suas terras, tirando-lhes a liberdade de ocupar seu próprio território.
Furiosos, os índios atacavam as diligências, arrancavam os trilhos das estradas de ferro, e derrubavam os postes de telégrafo.


O General George Armstrong Custer é designado a ir para o Oeste e fazer frente ao 7º Regimento de Cavalaria com o fim de "caçar" índios onde eles estivessem, nos desertos, montanhas e pradarias. Numa desmedida insensatez, Custer e um grupo de subordinados efetuam um ataque surpresa a uma aldeia indígena, matando mulheres, velhos e crianças.

A nação indígena entra em pé de guerra. Jovens guerreiros, com os corpos semi-nus cobertos de pinturas de guerra, munem-se do tomahawk (machado de guerra), arco e flecha e de rifles de repetição, fornecidos pelos mercadores de peles, que, em troca, recebiam valiosas peles de búfalos, de lontra e de castor.
Em 26 de junho de 1876, Custer ou Cabelo Amarelo para os índios, é derrotado e morto com todo o seu regimento na histórica batalha em Little Big Horn, pela nação Cheyenne coligada com os Sioux e outras tribos comandadas por Touro Sentado e Cavalo Louco. 
Cena de Comanche Station
Após esse sangrento episódio, que entrou para a história, os conflitos continuaram se arrastando. As tribos dos Apaches e dos comanches foram as que mais lutaram contra os civis e os soldados da Cavalaria americana.

An American Indian
No deslumbrante cenário da vastidão do Oeste, descortinam-se, diante de nossos olhos, o rufar dos tambores dos rituais indígenas, rompendo o silêncio das pradarias, os sinais de fumaça, uma espécie de Código Morse, e a luz do sol refletida no espelho  atrás das colinas, anunciando a presença do inimigo, os bravos homens de uniforme azul da Cavalaria e os uivos e gritos dos índios nas heroicas batalhas, em grandes espetáculos cinematográficos, acompanhados de envolventes trilhas sonoras. O levante dos peles- vermelhas contra os homens brancos serviu de tema para muitos filmes de faroeste, dos quais cabe aqui citar alguns títulos.
                                                                                                                         
The Plainsman-Jornadas Heroicas-1937, de Cecil B. DeMille, Fort Apache-Sangue de Herói-1948 e Cheyenne Autumn-Crepúsculo de uma Raça-1964, ambos de John Ford, Taza, Son of Cochise-Herança Sagrada-1954, de Douglas Sirk, Custer of the West-Os Bravos não se Rendem-1966, de Robert Siodmak, Apache-Massai, O Último Guerreiro-1953, de Robert Aldrich, Broken Arrow-Flechas Ardentes-1950, de Delmer Davis, Escape From Fort Bravo-A Fera do Forte Bravo-1953, de John Sturges, The Battle at Apache Pass- O Levante dos Apaches-1952, de George Sherman, Winnetou, Last of  the Renegades-Winnetou, O Último dos Renegados-1964, de Harald Reinl, Comanche Station-Cavalgada Trágica-1960, de Budd Boetticher, Geronimo-Sangue de Apache-1962, de Arnold Laven e tantas outras produções.
Monument Valley


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