O COLAPSO FINANCEIRO E O CINEMA AMERICANO







Em 1929, quando a fascinante montanha de celuloide crescia na capital do cinema com filmes atraentes para todos os gostos em  razão dos filmes falados, eis que acontece em 24 de outubro do mesmo ano, a falência da Bolsa de Wall Street, em Nova Iorque, no governo do presidente Herbert Clark Hoover (1874-1964), que dirigiu os Estados Unidos entre 1929 e 1932. O crash da Bolsa provoca o período da "Grande Depressão"; o povo norte-americano entra em estado de desespero a cada dia na vida econômica do País.
Fábricas em todos Estados fechavam os portões. Os negócios ficaram estagnados. Fazendeiros e agricultores  incapazes de vender o gado e suas colheitas, mergulhavam em dívidas. O desemprego em enormes inéditas proporções assolava o País e muitos cidadãos já não tinham o que comer. Para amenizar a situação, Hoover fornecia alimentação gratuita para o povo. 
Em 1933 chega a época das eleições presidenciais e Franklin Delano Roosevelt (1882-1945) é eleito pelo Partido Democrata. Roosevelt toma providências imediatas para erguer a Nação e institui o New Deal, programa que cria mudanças no Legislativo e na Área Administrativa para promover o restabelecimento da economia e reformas sociais, regulamentando bancos, bolsas de valores e gerando frentes de trabalho. Dias melhores estavam por vir.
Não deu outra, o eficaz projeto de Roosevelt estimulou o sistema produtivo do País. Fábricas voltaram a funcionar, lojas e escritórios reabriram suas portas e os desempregados obtiveram suas ocupações. 
A famosa canção Happy Days are Here Again, de Milton Ager e Jack Yellen, que foi escolhida por Roosevelt como canção símbolo de sua campanha em 1932, reaparece com a letra revigorante como tema de triunfo para o povo que estava inteiramente deprimido.

A crise econômica na esfera cinematográfica não foi diferente, o cinema foi seriamente afetado. Os chefões dos estúdios tiveram que interromper seus trabalhos, pois faltava matéria-prima; ademais o povo do qual depende o cinema encarava a fome e o desemprego.   

A Warner Brothers, que na época tinha incorporado a First National, sofreu um considerável prejuízo. A RKO  Radio Pictures, apesar de ter sido premiada pela Academia com Cimarron-1930, de Wesley Ruggles, ficou no vermelho. Anos depois, em 1948, a RKO quiça ainda sob os resquícios da crise, passou para o poder do milionário Howard Hughes, que a levou à falência definitiva em 1955.
O estouro da Bolsa atingiu a modesta Fox, que em 1933, para livrar-se do prejuízo, fizera uma fusão com a Twentieth Century Productions convertendo  numa sólida companhia que passou a chamar Twentieth Century Fox. A Universal de Carl Laemmle, mesmo com os sucessos de Frankenstein-1931, de Tod Browning e Dracula-1931, de James Whale, não suportou o aperto financeiro, sendo vendida em 1936. As demais companhias não escaparam da crise; tiveram também suas finanças debilidatas.
Para conter o déficit nos cofres de Hollywood, experts tycoons adotaram uma medida que deu certo: a criação dos eletrizantes seriados, grande jogada do cinema americano (ver nossa publicação "Os Seriados", de 12 de novembro de 2010).
Igualmente as companhias reduziram os salários do pessoal quase pela metade, o que levou os escritores a criar  um sindicato com o nome de Screen Writers Guild (Associação dos Escritores de Cinema), que recebeu o apoio do New Deal de Roosevelt.
Franklin Delano Roosevelt, o 32º presidente dos Estados Unidos, cumpriu quatro mandatos: de 1933 a 1945, ano de seu falecimento.  

ECOS DO CINEMA


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